Quando cheguei à Cooperativa, estava a cadelinha encostada a uma das paredes, a apanhar o belo sol desta Primavera prematura. Estava a cumprimentá-la quando entrou um grupo de cinco crianças, rapazes e raparigas, dos oito aos dez, cheio de ânimo e alegria para matar o tempo neste período de férias. Uma delas perguntou: “- Já viram os bebés dela?”, e foram todas para um monte de tábuas languidamente a repousar junto ao muro.
Entrei, fiz as compras e, quando saí, estava a criançada sentada nas tábuas com os cachorros ao colo, fazendo-lhes festas, sob a vigilância bem-disposta da cadelinha. Estavam todos felizes, portanto.
Quando voltei à Cooperativa no dia seguinte, pois tinha-me esquecido dos alhos para a sopa Juliana, vi a cadela encostada no mesmo sítio da parede, mas a chorar. A chorar mesmo: com lágrimas nos olhos. Entrei e soube, pela empregada, que tinham feito a barbaridade de lhe tirar os cães todos ao mesmo tempo. As duas senhoras da Coop estavam indignadas. As duas eram mães e compreendiam melhor.
Quando saí, fiz festas à bicha e lembrei-me do estafado pensamento de Pitigrilli (“Quanto mais conheço os homens mais gosto dos cães”) mas, na verdade, gosto cada vez menos dos homens, principalmente dos governantes, não só de Portugal mas de todo o mundo.
A.B.M.
Sunday, April 17, 2011
Wednesday, April 13, 2011
UM NOBRE PLEBEU
Estou envergonhado com a minha credulidade. Fiquei este tempo todo sem escrever e foi, na verdade, por vergonha. Vergonha de ter acreditado na pessoa e nas suas intenções. Afinal o apelido não corresponde ao comportamento da pessoa. Como pude ser tão ingénuo!
Companheiros e amigos: espero que me perdoem e também espero que me sirva de exemplo.
Companheiros e amigos: espero que me perdoem e também espero que me sirva de exemplo.
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