Há uns anos atrás, os jornais em período de Verão, iam aos seus assuntos recorrentes e deles faziam notícias. Um ano (nos primeiros de 70) até descobriram um leão em Rio Maior, que foi visto por várias pessoas e que desapareceu assim que começaram as aulas e as folhas das árvores a cair anunciando o Outono. Mas um dos temas recorrentes eram os OVNIS.
Há uns anos que não ouvimos falar em OVNIS. Havia uma teoria de que o planeta com inteligência e tecnologia tão elevadas que permitia os autóctones passear pelo espaço distava seis anos do planeta Terra. Na verdade, em média, de 6 em 6 anos aumentava muito o número de visitas ao nosso planeta.
Desde o último OVNI que enxerguei parado sobre a baía de Maputo, na década de oitenta, não vi nem li mais nada. Desapareceram.
Por certo chagaram à conclusão de que não valia a pena visitar o planeta Terra, possuidor de uns seres que só se sentem felizes com guerras, sangue, massacres; com seres estruturalmente bárbaros, cruéis, estúpidos, sanguinários e conflituosos. Estes autóctones, os terráqueos, devem estar no fim da escala dos seres inteligentes de todas as galáxias onde houver inteligência e cultura científica.
Sunday, July 29, 2007
Friday, July 13, 2007
SINPSE
Há meia dúzia de anos enviámos para a RTP este exemplo de
uma série de 24 programas, que considerámos económico, sob
o ponto de vista de produão, para além de ser didáctico e
divertido. A resposta foi não.
Curiosamente no ano passado foi apresentada uma série na
RTP idêntica a esta. Apenas os apontamentos históricos eram
substituídos por canções. Vejam lá se gostam. Comentem.
EXEMPLO
Pivô:
Neste ano da Graça de 1781, realçamos hoje a
incorporação dos novos mancebos nalguns
quartéis portugueses. A nossa reportagem
esteve no Regimento de Setúbal,
onde assentaram praça 238 jovens, com
muita vontade de defender a Pátria. Os portões
do Regimento só fecharam à meia-noite,
sendo o último a apresentar-se à porta de
armas um mancebo nascido nesta cidade,
de nome Manuel Maria Barbosa du Bocage.
Entrevista com Bocage, de melenas e mal-amanhado.
Vive na terra, mas foi o último a chegar porque acordou tarde...
Pivô:
Estão a realizar-se em Leicester, Inglaterra, as experiências
do primeiro tear mecânico, um invento de um senhor chamado
Cartwrite. Sobre este assunto trouxemos aos nossos estúdios o
senhor Manuel da Silva, dos arredores do Porto, que possui cerca
de 25 teares manuais.
Planos do sr. Silva
Pivô: Sr. Silva. Já tinha ouvido falar deste tear mecânico?
Silva: Não senhor.
Pivô:Então não sabe se vai dar resultado?
Silva: Acho que não. Mecânico como? Com um animal a dar
a dar, como a puxar água à nora? À volta do poço? E a
escrementar o chão por onde passa?! Ná!
Pivô: É mecânico, senhor Silva. Com motor.
Silva: Com motor?! Motor de vapor?! Isso não dá nada.
Os teares são trabalhados à mão desde os tempos dos meus
avós e vão continuar a ser trabalhados à mão. Isso são coisas
dos estrangeiros para enlorpar a gente. Ná! Só vendo e,
mesmo assim...
Pivô: O senhor Silva não gostaria de apanhar um barco e ir a
Inglaterra assistir a uma demonstração?
Silva: Eu nã senhor! Isso é tudo conversa e além do mais, enjoo
no mar, caragos!
Pivô: Muito obrigado senhor Manuel da Silva pelas suas
preclaras opiniões.
E, em continuação do nosso telejornal, damos hoje conta do
estrondoso êxito, em Munique, da ópera séria do senhor
Amadeus Mozart, intitulada AIdomeneo.
Imagens do filme Amadeus
Pivô: Mais um êxito do senhor Mozart.
Pois bem distante de Munique, em Slough, Inglaterra, o senhor
Herschel, William Herschel, da sua varanda já descobriu várias
estrelas. Agora vai anunciar oficialmente a sua mais recente
descoberta, um planeta a que foi dado o nome de Urânio.
Para comentar este fantástico feito, temos em estúdio o
nosso comentador científico, Professor Calisto. (1)
Imagens do Hubble.
Pivô: Então o que nos diz deste novo planeta?
Calisto: Bem...O senhor Herschel é um homem curioso.
Quando não toca música, observa os astros. Já construiu
dois telescópios: um de 20 e outro de 40 pés com reflector!
Pivô: É evidente que houve aqui uma falha técnica. Mas...
o professor conhece o nosso homem?
Calisto: Claro que conheço. Já nos encontrámos duas vezes
e devo dizer-lhe, estimado senhor, que tenho boa impressão
acerca do homem.
Pivô: Então acha que realmente o planeta existe?
Calisto: Existe, existe, mas não como ele o descreve.
A luneta de 40 pés com reflector é algo de fenomenal.
Julgo que nada de mais avançado o homem poderá um dia
vir a construir.
Pivô: Pois muito obrigado, senhor professor.
Pradarias e cavalos a desfilada.
Marcha do Filipe de Souza.
Pivô: Os pioneiros da América do Norte continuam a sua
gloriosa caminhada, empurrando os selvagens dos índios para
Oeste e já se encontram a poucos quilómetros das Montanhas
Apalaches. As imagens acabaram de nos chegar, contando
apresentá-las até ao final deste telejornal.
Estão a fazer-me sinal de que a reportagem já está pronta.
Índios a levar porrada e tiros
(O Forte Apache?)
Pivô: Da América chega-nos também a notícia de que Lorde
Cornwallis, com cerca de 14 mil homens, consolida posições
na Virgínia. Os nossos correspondentes desconhecem ainda
que decisões militares irá tomar o senhor George Washington
o qual, segundo o ponto de vista de vários observadores
portugueses, não tem quaisquer hipóteses quer políticas,
quer militares.
Foto de G. Washington
Pivô: E passemos ao desporto.
Pivô: Acaba de ser constituído por vários lordes ingleses,
o primeiro clube de cricket, o White Conduit Cricket, que
se instala nos campos verdejantes de Islington. Enfim, cada
povo com o seu cricket.
Marcha e imagens de cricket.
Fotos de Lordes ingleses.
E suas famílias e... cães.
Pivô: Está a levantar uma certa celeuma a sistemática
apreensão de livros provenientes de França, principalmente
dos enciclopedistas, por parte de Diogo Inácio Pina Manique.
Após inúmeras tentativas, o Intendente-Geral da Polícia
aceitou prestar declarações ao nosso telejornal, sobre este e
outros assuntos.
Reportagem
(Cenário: Gabinete barroco. Dois guardas, de grandes bigodes
e ar alorpado, de sabre, estão estáticos ao lado de Pina Manique.
Este está sentado com ar bélico, conflituoso.)
Entrevistador: Tenha Vossa Excelência muito boas-noites.
P.M.: Hum...
Entrev.: Caso Vossa Excelência ache bem, gostaríamos,
em primeiro lugar, de lhe perguntar se o ensaio de porrada que
deu nos estudantes da Academia, se justificava.
P.M.: Os meus homens cumprem sempre o seu dever!
Entrev.: Consta que Vossa Excelência está muito preocupado
com a invasão e a força da Maçonaria.
P.M.: Pfiuu!!! Meia dúzia de cobardolas. A maioria já está na
Cadeia do Aljube. Além disso, ideias estrangeiras em Portugal,
morrem todas na fronteira. Já se sabe.
Entrev.: Mas há quem diga, Excelência, que a Maçonaria tem
pessoas muito importantes nas suas fileiras, até, talvez,
Pares do Reino.
P.M.: As pessoas muito importantes também vão para a prisão.
(Com ar ameaçador) Ou não?
Entrev.: Vão, vão! Mas quanto aos livros dos Enciclopedistas?
P.M.: Todos queimados! Hereges! Ateus! Assim que chegam
às fronteiras do Reino, são logo apreendidos. A Polícia aqui do
lado é que não está a ajudar muito. Mas esses Enciclopedistas
são uma cambada que só perturba a turba.
Entrev.:Turba?
P.M.: Sim, a malta: Não entra cá nada! A minha Polícia
apreende tudo na fronteira e acabou-se! Lareira. Braseira. Lixo.
Entrev.: E Sua Majestade concorda?
P.M.: Sua Majestade (levanta-se) sabe quem eu sou. (Senta-se.)
Entrev.: Quer dizer Vossa Excelência que Sua Majestade concorda.
P.M.: Sua Majestade (levanta-se) sabe quem eu sou. (Senta-se.)
Entrev.: Quer então dizer que Sua Majestade concorda.
P.M.: Sua Majestade (levanta-se) sabe quem eu sou(senta-se.)
Entrev.: Pronto. Já percebi. Agora outra pergunta. Vossa
Excelência acha que é bom para a turba este tipo de entrevistas?
P.M.: Não!!! A turba, para ser feliz, deve manter-se ignorante de
todos os conflitos. E mais: se você volta a aparecer aqui,
com essas geringonças sinistras, vai ver o sol aos
quadradinhos. Percebeu?
Entrev.: Sim, Excelência.
Pivô.: Eis o trabalho feito pelo nosso repórter ao Intendente-Geral
da Polícia, Pina Manique. Onças de tabaco e livros de mortalhas
podem ser-lhe enviados para a cadeia do Aljube. Palavras de
carinho também. Mas anónimas.
E, a terminar, e como é hábito, vamos dar as novas cotações das
moedas para Portugal e para a colónia do Brasil.
Quadros. Voz off
Moeda de conta:
Conto de réis... 2.500 Cruzados 1 milhão de réis
Mil Cruzados... 400 mil réis
Dobra ou dobrão... 12.000 réis
Cruzado.... 400 réis
Moedas de cobre:
4 vinténs... 80 réis
2 vinténs ... 40 réis
1 vintém... 20 réis
2 vintém... 10 réis
1/4 vintém... 5 réis
Moedas de prata:
3 patacas... 960 réis
2 patacas... 640 réis
Pataca... 320 réis
2 vintém... 10 réis
4 vinténs... 80 réis
6 tostões... 600 réis
Pivô: E com esta informação cambial, termina o
nosso telejornal de hoje.
(1) Há em Portugal e por certo também no Brasil, comentadores
de TV que sabem de tudo e de tudo dão opinião. Poderá
fazer-se a caricatura desse personagem.
uma série de 24 programas, que considerámos económico, sob
o ponto de vista de produão, para além de ser didáctico e
divertido. A resposta foi não.
Curiosamente no ano passado foi apresentada uma série na
RTP idêntica a esta. Apenas os apontamentos históricos eram
substituídos por canções. Vejam lá se gostam. Comentem.
EXEMPLO
Pivô:
Neste ano da Graça de 1781, realçamos hoje a
incorporação dos novos mancebos nalguns
quartéis portugueses. A nossa reportagem
esteve no Regimento de Setúbal,
onde assentaram praça 238 jovens, com
muita vontade de defender a Pátria. Os portões
do Regimento só fecharam à meia-noite,
sendo o último a apresentar-se à porta de
armas um mancebo nascido nesta cidade,
de nome Manuel Maria Barbosa du Bocage.
Entrevista com Bocage, de melenas e mal-amanhado.
Vive na terra, mas foi o último a chegar porque acordou tarde...
Pivô:
Estão a realizar-se em Leicester, Inglaterra, as experiências
do primeiro tear mecânico, um invento de um senhor chamado
Cartwrite. Sobre este assunto trouxemos aos nossos estúdios o
senhor Manuel da Silva, dos arredores do Porto, que possui cerca
de 25 teares manuais.
Planos do sr. Silva
Pivô: Sr. Silva. Já tinha ouvido falar deste tear mecânico?
Silva: Não senhor.
Pivô:Então não sabe se vai dar resultado?
Silva: Acho que não. Mecânico como? Com um animal a dar
a dar, como a puxar água à nora? À volta do poço? E a
escrementar o chão por onde passa?! Ná!
Pivô: É mecânico, senhor Silva. Com motor.
Silva: Com motor?! Motor de vapor?! Isso não dá nada.
Os teares são trabalhados à mão desde os tempos dos meus
avós e vão continuar a ser trabalhados à mão. Isso são coisas
dos estrangeiros para enlorpar a gente. Ná! Só vendo e,
mesmo assim...
Pivô: O senhor Silva não gostaria de apanhar um barco e ir a
Inglaterra assistir a uma demonstração?
Silva: Eu nã senhor! Isso é tudo conversa e além do mais, enjoo
no mar, caragos!
Pivô: Muito obrigado senhor Manuel da Silva pelas suas
preclaras opiniões.
E, em continuação do nosso telejornal, damos hoje conta do
estrondoso êxito, em Munique, da ópera séria do senhor
Amadeus Mozart, intitulada AIdomeneo.
Imagens do filme Amadeus
Pivô: Mais um êxito do senhor Mozart.
Pois bem distante de Munique, em Slough, Inglaterra, o senhor
Herschel, William Herschel, da sua varanda já descobriu várias
estrelas. Agora vai anunciar oficialmente a sua mais recente
descoberta, um planeta a que foi dado o nome de Urânio.
Para comentar este fantástico feito, temos em estúdio o
nosso comentador científico, Professor Calisto. (1)
Imagens do Hubble.
Pivô: Então o que nos diz deste novo planeta?
Calisto: Bem...O senhor Herschel é um homem curioso.
Quando não toca música, observa os astros. Já construiu
dois telescópios: um de 20 e outro de 40 pés com reflector!
Pivô: É evidente que houve aqui uma falha técnica. Mas...
o professor conhece o nosso homem?
Calisto: Claro que conheço. Já nos encontrámos duas vezes
e devo dizer-lhe, estimado senhor, que tenho boa impressão
acerca do homem.
Pivô: Então acha que realmente o planeta existe?
Calisto: Existe, existe, mas não como ele o descreve.
A luneta de 40 pés com reflector é algo de fenomenal.
Julgo que nada de mais avançado o homem poderá um dia
vir a construir.
Pivô: Pois muito obrigado, senhor professor.
Pradarias e cavalos a desfilada.
Marcha do Filipe de Souza.
Pivô: Os pioneiros da América do Norte continuam a sua
gloriosa caminhada, empurrando os selvagens dos índios para
Oeste e já se encontram a poucos quilómetros das Montanhas
Apalaches. As imagens acabaram de nos chegar, contando
apresentá-las até ao final deste telejornal.
Estão a fazer-me sinal de que a reportagem já está pronta.
Índios a levar porrada e tiros
(O Forte Apache?)
Pivô: Da América chega-nos também a notícia de que Lorde
Cornwallis, com cerca de 14 mil homens, consolida posições
na Virgínia. Os nossos correspondentes desconhecem ainda
que decisões militares irá tomar o senhor George Washington
o qual, segundo o ponto de vista de vários observadores
portugueses, não tem quaisquer hipóteses quer políticas,
quer militares.
Foto de G. Washington
Pivô: E passemos ao desporto.
Pivô: Acaba de ser constituído por vários lordes ingleses,
o primeiro clube de cricket, o White Conduit Cricket, que
se instala nos campos verdejantes de Islington. Enfim, cada
povo com o seu cricket.
Marcha e imagens de cricket.
Fotos de Lordes ingleses.
E suas famílias e... cães.
Pivô: Está a levantar uma certa celeuma a sistemática
apreensão de livros provenientes de França, principalmente
dos enciclopedistas, por parte de Diogo Inácio Pina Manique.
Após inúmeras tentativas, o Intendente-Geral da Polícia
aceitou prestar declarações ao nosso telejornal, sobre este e
outros assuntos.
Reportagem
(Cenário: Gabinete barroco. Dois guardas, de grandes bigodes
e ar alorpado, de sabre, estão estáticos ao lado de Pina Manique.
Este está sentado com ar bélico, conflituoso.)
Entrevistador: Tenha Vossa Excelência muito boas-noites.
P.M.: Hum...
Entrev.: Caso Vossa Excelência ache bem, gostaríamos,
em primeiro lugar, de lhe perguntar se o ensaio de porrada que
deu nos estudantes da Academia, se justificava.
P.M.: Os meus homens cumprem sempre o seu dever!
Entrev.: Consta que Vossa Excelência está muito preocupado
com a invasão e a força da Maçonaria.
P.M.: Pfiuu!!! Meia dúzia de cobardolas. A maioria já está na
Cadeia do Aljube. Além disso, ideias estrangeiras em Portugal,
morrem todas na fronteira. Já se sabe.
Entrev.: Mas há quem diga, Excelência, que a Maçonaria tem
pessoas muito importantes nas suas fileiras, até, talvez,
Pares do Reino.
P.M.: As pessoas muito importantes também vão para a prisão.
(Com ar ameaçador) Ou não?
Entrev.: Vão, vão! Mas quanto aos livros dos Enciclopedistas?
P.M.: Todos queimados! Hereges! Ateus! Assim que chegam
às fronteiras do Reino, são logo apreendidos. A Polícia aqui do
lado é que não está a ajudar muito. Mas esses Enciclopedistas
são uma cambada que só perturba a turba.
Entrev.:Turba?
P.M.: Sim, a malta: Não entra cá nada! A minha Polícia
apreende tudo na fronteira e acabou-se! Lareira. Braseira. Lixo.
Entrev.: E Sua Majestade concorda?
P.M.: Sua Majestade (levanta-se) sabe quem eu sou. (Senta-se.)
Entrev.: Quer dizer Vossa Excelência que Sua Majestade concorda.
P.M.: Sua Majestade (levanta-se) sabe quem eu sou. (Senta-se.)
Entrev.: Quer então dizer que Sua Majestade concorda.
P.M.: Sua Majestade (levanta-se) sabe quem eu sou(senta-se.)
Entrev.: Pronto. Já percebi. Agora outra pergunta. Vossa
Excelência acha que é bom para a turba este tipo de entrevistas?
P.M.: Não!!! A turba, para ser feliz, deve manter-se ignorante de
todos os conflitos. E mais: se você volta a aparecer aqui,
com essas geringonças sinistras, vai ver o sol aos
quadradinhos. Percebeu?
Entrev.: Sim, Excelência.
Pivô.: Eis o trabalho feito pelo nosso repórter ao Intendente-Geral
da Polícia, Pina Manique. Onças de tabaco e livros de mortalhas
podem ser-lhe enviados para a cadeia do Aljube. Palavras de
carinho também. Mas anónimas.
E, a terminar, e como é hábito, vamos dar as novas cotações das
moedas para Portugal e para a colónia do Brasil.
Quadros. Voz off
Moeda de conta:
Conto de réis... 2.500 Cruzados 1 milhão de réis
Mil Cruzados... 400 mil réis
Dobra ou dobrão... 12.000 réis
Cruzado.... 400 réis
Moedas de cobre:
4 vinténs... 80 réis
2 vinténs ... 40 réis
1 vintém... 20 réis
2 vintém... 10 réis
1/4 vintém... 5 réis
Moedas de prata:
3 patacas... 960 réis
2 patacas... 640 réis
Pataca... 320 réis
2 vintém... 10 réis
4 vinténs... 80 réis
6 tostões... 600 réis
Pivô: E com esta informação cambial, termina o
nosso telejornal de hoje.
(1) Há em Portugal e por certo também no Brasil, comentadores
de TV que sabem de tudo e de tudo dão opinião. Poderá
fazer-se a caricatura desse personagem.
Tuesday, July 10, 2007
SINOPSE
“Rewind” (título provisório)
O filme baseia-se nas vidas de Marcel Cerdan e Ginette Neveu, sem delas se fazer uso abertamente, já que poderia constituir uma mágoa inútil para os descendentes. Assim, os seus nomes são substituídos.
O filme começa com imagens tiradas do interior de um táxi à entrada do aeroporto de Orly. Outubro de 1949. Vários carros chegam e Michelle Bronstein (30 anos), tendo ao lado o irmão, Samuel Bronstein (28 anos) vê, com surpresa, alguns operadores de jornais de actualidades e outros jornalistas na porta das Partidas.
Samuel: - Aquela gente é toda para nós?
Michelle: - Penso que não. Pouca gente sabe que vamos aos Estados Unidos.
Samuel: - Mas foi anunciado pelo ministério… contudo… deves ter razão… é gente a mais, mana.
Ao sair do táxi, vê Jacques Santerre (40 anos), o ex-campeão do mundo de pesos médios, já no passeio a responder aos jornalistas, compreendendo a razão de tanto aparato.
A câmara foca Santerre e desfoca.
Flashbach – Jacques Santarre a combater o 11º. assalto em Detroit contra LaCallia. Ouve-se o repórter dizer em inglês que Santerre caiu no 1º. assalto, o que lhe provocou uma luxação numa omoplata. Realça a capacidade do pugilista que, cheio de dores e várias vezes batido naquele local, consegue chegar ao 11º. assalto, quando desiste e perde o título.
(Pode aqui dar-se em fusão algumas passagens da vida de Santerre, como, por exemplo, o combate em que ganha o título mundial, contra Tony Zale, New Jersey.)
Michelle Bronstein encontra-se na fila para o check in, atrás de seu irmão. Na mão direita transporta uma caixa de violino. Tem 30 anos, é bonita e olha ocasionalmente para o lado onde, noutra fila, se encontra Jacques Santerre, acompanhado do treinador e do massagista. Trocam um olhar sem muita curiosidade de parte a parte.
Flashbach – Desfoque de Michelle. Esta com sete anos de idade, executa o último andamento do concerto em Sol Menor para violino de Max Bruch. Grande aplauso. Funde com Michelle com cerca de onze anos a receber o primeiro prémio de um concurso.
(Pode ser substituída, esta sequência, pela maneira usada em 1950, ou seja, um grupo de jornais rodando e trazendo as notícias da que foi considerada a futura melhor violinista do mundo, ou imagens da Net, biografia, etc.)
Entrada no avião, um SuperConstellation, Michelle senta-se junto à janela e o irmão ao lado. No banco ao lado de Samuel Bronstein senta-se uma gorda senhora com uma grande mala de mão. No banco traseiro, os dois acompanhantes e Jacques Santerre. Preparam-se para a longa viagem. Desapertam os colarinhos, etc.
Samuel: - Durante a viagem poderíamos rever os programas dos vários concertos, não achas?
Michelle: - (Faz-lhe uma festa na cara e concorda) És meu irmão, acompanhas-me ao piano desde miúda, mas pior que um agente. Mas tens razão. Já tinha pensado nisso. (Baixando a voz e aproximando-se do irmão) Sabes quem vem connosco?
Samuel: (Abana a cabeça)
Michelle: - Jacques Santerre…
Samuel : - Li no jornal que vai aos Estados Unidos para recuperar o título de campeão do mundo. (Levanta-se, tira uma pasta da bagageira e volta a sentar-se. Olha ocasionalmente para Jacques Santerre, que lhe sorri.) Vamos ver. Quantos concertos temos com orquestra e quantos só comigo?
Fusão com interior do avião quase às escuras, alguns passageiros tapados com mantas. Agora é Samuel que está junto da janela e Michelle a seu lado dorme com a cabeça no seu ombro.
Imagens de jornais da época. A sonoplastia dá o desastre, o embate, as explosões, etc.
Várias cenas das brigadas de salvamento e a desolação geral.
As imagens do desastre e os sons diminuem e aparece a palavra FIM.
Negro total. Silêncio total.
No ecrã aparece:
Um momento.
Não aceitamos, por demasiadamente injusta, a morte de três pessoas que tanto sonharam, tanto trabalharam, tanto ofereceram à vida e ao amor, para que, de um momento para o outro, se lhes tire aquilo que desejam e que todo o mundo quer receber: o seu talento e capacidade de oferta.
Além de toda e qualquer análise simplista, há maldade neste acidente de avião. Parece uma vingança.
Inconformados, vamos continuar com as suas vidas.
Últimas imagens do filme, antes do crash, em rewind rápido que pára no plano do avião na semiobscuridade.
Aos poucos aumenta a luminosidade no avião. Funde com a mesma imagem mas já os passageiros a acordar, as hospedeiras e preparar a entrega do primeiro-almoço e alguns a passarem pelo corredor a caminho da casa de banho.
Michelle: - (Para o irmão) Vou à casa de banho. Mas não te vás embora, que preciso de ti…
Sorriem.
Encaminha-se para a casa de banho e cruza-se com Jacques Santerre que se encolhe para ela passar. Cumprimentam-se e sorriem.
Michelle: - Bom dia…
Jacques: - Bom dia.
Michelle: - É Jacques Santerre, não é?
Jacques: - Sou.
Michelle: - Prazer em conhecê-lo… Já ouvi falar muito de si.
Jacques: - Bem ou mal?
Michelle: - Normalmente bem… Então até já…
Jacques: - O seu nome é…
Michelle: - Michelle Bronstein...
E seguem os dois os seu caminho.
Em Nova Iorque, tomam uma refeição juntos e nasce um relacionamento muito forte entre Michelle e Jacques. Ele promete-lhe ir a um concerto. Assim acontece. Ela, acompanhada ao piano pelo irmão, toca a difícil peça Tzigane, de Ravel. Quando acaba, o público ovaciona-a com grande entusiasmo e muitas flores. Jacques, que sabe o que representa o êxito e o fracasso, está comovido e grita Bravo!.
Jacques começa a esquecer a sua paixão por uma célebre cançonetista francesa. Num dos seus encontros ele conta-lhe a sua história de pié-noir e da sua carreira. Ela a mesma coisa. Mas ela tem uma tournée para cumprir e ele parte para Detroit a fim de enfrentar de novo LaCallia.
Despedem-se num ambiente romântico a dançar depois de um jantar, já envolvidos no começo de uma grande atracção mútua. Prometem regressar juntos a França.
Fusão de várias imagens dos concertos de Michelle e de treinos e match final de Jacques, que ganha o título de novo: campeão do mundo.
Encontro de ambos no aeroporto de Nova Iorque. Grande abraço e grande manifestação de alegria de parte a parte. Beijam-se pela primeira vez. O irmão chega também. Muita alegria e festa. Rodeados de jornalistas.
Embarcam na Air France para Paris. O SuperConstellation despenha-se no Atlântico. Não há sobreviventes.
Jornais e rádios de todo o mundo dão grande destaque à morte do campeão e meia dúzia de linhas a Michell Bronstein.
O filme acaba com Paganini (Movimento Perpétuo) ou Mendelssohn (2º. Andamento do Concerto para violino e orquestra)?
Freguises, 27 de Setembro de 2005
O filme baseia-se nas vidas de Marcel Cerdan e Ginette Neveu, sem delas se fazer uso abertamente, já que poderia constituir uma mágoa inútil para os descendentes. Assim, os seus nomes são substituídos.
O filme começa com imagens tiradas do interior de um táxi à entrada do aeroporto de Orly. Outubro de 1949. Vários carros chegam e Michelle Bronstein (30 anos), tendo ao lado o irmão, Samuel Bronstein (28 anos) vê, com surpresa, alguns operadores de jornais de actualidades e outros jornalistas na porta das Partidas.
Samuel: - Aquela gente é toda para nós?
Michelle: - Penso que não. Pouca gente sabe que vamos aos Estados Unidos.
Samuel: - Mas foi anunciado pelo ministério… contudo… deves ter razão… é gente a mais, mana.
Ao sair do táxi, vê Jacques Santerre (40 anos), o ex-campeão do mundo de pesos médios, já no passeio a responder aos jornalistas, compreendendo a razão de tanto aparato.
A câmara foca Santerre e desfoca.
Flashbach – Jacques Santarre a combater o 11º. assalto em Detroit contra LaCallia. Ouve-se o repórter dizer em inglês que Santerre caiu no 1º. assalto, o que lhe provocou uma luxação numa omoplata. Realça a capacidade do pugilista que, cheio de dores e várias vezes batido naquele local, consegue chegar ao 11º. assalto, quando desiste e perde o título.
(Pode aqui dar-se em fusão algumas passagens da vida de Santerre, como, por exemplo, o combate em que ganha o título mundial, contra Tony Zale, New Jersey.)
Michelle Bronstein encontra-se na fila para o check in, atrás de seu irmão. Na mão direita transporta uma caixa de violino. Tem 30 anos, é bonita e olha ocasionalmente para o lado onde, noutra fila, se encontra Jacques Santerre, acompanhado do treinador e do massagista. Trocam um olhar sem muita curiosidade de parte a parte.
Flashbach – Desfoque de Michelle. Esta com sete anos de idade, executa o último andamento do concerto em Sol Menor para violino de Max Bruch. Grande aplauso. Funde com Michelle com cerca de onze anos a receber o primeiro prémio de um concurso.
(Pode ser substituída, esta sequência, pela maneira usada em 1950, ou seja, um grupo de jornais rodando e trazendo as notícias da que foi considerada a futura melhor violinista do mundo, ou imagens da Net, biografia, etc.)
Entrada no avião, um SuperConstellation, Michelle senta-se junto à janela e o irmão ao lado. No banco ao lado de Samuel Bronstein senta-se uma gorda senhora com uma grande mala de mão. No banco traseiro, os dois acompanhantes e Jacques Santerre. Preparam-se para a longa viagem. Desapertam os colarinhos, etc.
Samuel: - Durante a viagem poderíamos rever os programas dos vários concertos, não achas?
Michelle: - (Faz-lhe uma festa na cara e concorda) És meu irmão, acompanhas-me ao piano desde miúda, mas pior que um agente. Mas tens razão. Já tinha pensado nisso. (Baixando a voz e aproximando-se do irmão) Sabes quem vem connosco?
Samuel: (Abana a cabeça)
Michelle: - Jacques Santerre…
Samuel : - Li no jornal que vai aos Estados Unidos para recuperar o título de campeão do mundo. (Levanta-se, tira uma pasta da bagageira e volta a sentar-se. Olha ocasionalmente para Jacques Santerre, que lhe sorri.) Vamos ver. Quantos concertos temos com orquestra e quantos só comigo?
Fusão com interior do avião quase às escuras, alguns passageiros tapados com mantas. Agora é Samuel que está junto da janela e Michelle a seu lado dorme com a cabeça no seu ombro.
Imagens de jornais da época. A sonoplastia dá o desastre, o embate, as explosões, etc.
Várias cenas das brigadas de salvamento e a desolação geral.
As imagens do desastre e os sons diminuem e aparece a palavra FIM.
Negro total. Silêncio total.
No ecrã aparece:
Um momento.
Não aceitamos, por demasiadamente injusta, a morte de três pessoas que tanto sonharam, tanto trabalharam, tanto ofereceram à vida e ao amor, para que, de um momento para o outro, se lhes tire aquilo que desejam e que todo o mundo quer receber: o seu talento e capacidade de oferta.
Além de toda e qualquer análise simplista, há maldade neste acidente de avião. Parece uma vingança.
Inconformados, vamos continuar com as suas vidas.
Últimas imagens do filme, antes do crash, em rewind rápido que pára no plano do avião na semiobscuridade.
Aos poucos aumenta a luminosidade no avião. Funde com a mesma imagem mas já os passageiros a acordar, as hospedeiras e preparar a entrega do primeiro-almoço e alguns a passarem pelo corredor a caminho da casa de banho.
Michelle: - (Para o irmão) Vou à casa de banho. Mas não te vás embora, que preciso de ti…
Sorriem.
Encaminha-se para a casa de banho e cruza-se com Jacques Santerre que se encolhe para ela passar. Cumprimentam-se e sorriem.
Michelle: - Bom dia…
Jacques: - Bom dia.
Michelle: - É Jacques Santerre, não é?
Jacques: - Sou.
Michelle: - Prazer em conhecê-lo… Já ouvi falar muito de si.
Jacques: - Bem ou mal?
Michelle: - Normalmente bem… Então até já…
Jacques: - O seu nome é…
Michelle: - Michelle Bronstein...
E seguem os dois os seu caminho.
Em Nova Iorque, tomam uma refeição juntos e nasce um relacionamento muito forte entre Michelle e Jacques. Ele promete-lhe ir a um concerto. Assim acontece. Ela, acompanhada ao piano pelo irmão, toca a difícil peça Tzigane, de Ravel. Quando acaba, o público ovaciona-a com grande entusiasmo e muitas flores. Jacques, que sabe o que representa o êxito e o fracasso, está comovido e grita Bravo!.
Jacques começa a esquecer a sua paixão por uma célebre cançonetista francesa. Num dos seus encontros ele conta-lhe a sua história de pié-noir e da sua carreira. Ela a mesma coisa. Mas ela tem uma tournée para cumprir e ele parte para Detroit a fim de enfrentar de novo LaCallia.
Despedem-se num ambiente romântico a dançar depois de um jantar, já envolvidos no começo de uma grande atracção mútua. Prometem regressar juntos a França.
Fusão de várias imagens dos concertos de Michelle e de treinos e match final de Jacques, que ganha o título de novo: campeão do mundo.
Encontro de ambos no aeroporto de Nova Iorque. Grande abraço e grande manifestação de alegria de parte a parte. Beijam-se pela primeira vez. O irmão chega também. Muita alegria e festa. Rodeados de jornalistas.
Embarcam na Air France para Paris. O SuperConstellation despenha-se no Atlântico. Não há sobreviventes.
Jornais e rádios de todo o mundo dão grande destaque à morte do campeão e meia dúzia de linhas a Michell Bronstein.
O filme acaba com Paganini (Movimento Perpétuo) ou Mendelssohn (2º. Andamento do Concerto para violino e orquestra)?
Freguises, 27 de Setembro de 2005
Friday, July 06, 2007
FOME
Do Diário da Zambézia (quelimane), de 6 de Julho:
No Centro de Reassentamento de Namirrere
Barrigas estão vazias
Único recurso das populações, são plantas aquáticas que servem
de alimentação
(Mopeia) – No Centro de Reassentamento de Namirrere em Mopeia, sul da
Zambézia, a situação já se torna gritante para a população reassentada. Mais
de duas mil pessoas carecem de alimentação. Não se come há bastante tempo.
Informações em poder do DZ, dão conta de que, as populações
reassentadas naquele centro aberto pós cheias que assolaram a zona centro do
país, estão na eminência de morte, se medidas urgentes não forem tomadas.
Como recurso a vida, as populações comem plantas aquáticas, sem prévio
exame das autoridades de saúde.
As mesmas informações indicam que para além de plantas aquáticas, as
populações já começam a ressentir o pesadelo da vida, em alguns casos
segundo o que soubemos, já se pretende voltar as zonas de origem, as tais
consideradas de risco. A alimentação naquele centro de reassentamento, virou
uma agulha no palheiro. Dias há em que crianças não conhecem nem uma
refeição por dia, procura-se toda maneira de viver, mas não se encontra. Vezes
há, em que as populações já se deslocaram para outras partes do distrito a
procura de algo para satisfazer as suas barrigas, mas também por vezes sem
sucesso. Quando conseguem a mesma alimentação não dura muito tempo,
porque há espírito de partilha de alimentação no seio das famílias.
Barrigas estão mesmo vazias em Namirrere, não há comida, mesmo que as
autoridades ligadas ao processo de distribuição de alimentação venham dar
números de toneladas que possivelmente estejam a distribuir, mas no terreno,
as populações estão carentes de comida. (Redacção)...................................DZ
Se sobrar alguma comida dos banquetes da cimeira da
UE, poderia mandar-se para Namirrere qualquer coisita.
No Centro de Reassentamento de Namirrere
Barrigas estão vazias
Único recurso das populações, são plantas aquáticas que servem
de alimentação
(Mopeia) – No Centro de Reassentamento de Namirrere em Mopeia, sul da
Zambézia, a situação já se torna gritante para a população reassentada. Mais
de duas mil pessoas carecem de alimentação. Não se come há bastante tempo.
Informações em poder do DZ, dão conta de que, as populações
reassentadas naquele centro aberto pós cheias que assolaram a zona centro do
país, estão na eminência de morte, se medidas urgentes não forem tomadas.
Como recurso a vida, as populações comem plantas aquáticas, sem prévio
exame das autoridades de saúde.
As mesmas informações indicam que para além de plantas aquáticas, as
populações já começam a ressentir o pesadelo da vida, em alguns casos
segundo o que soubemos, já se pretende voltar as zonas de origem, as tais
consideradas de risco. A alimentação naquele centro de reassentamento, virou
uma agulha no palheiro. Dias há em que crianças não conhecem nem uma
refeição por dia, procura-se toda maneira de viver, mas não se encontra. Vezes
há, em que as populações já se deslocaram para outras partes do distrito a
procura de algo para satisfazer as suas barrigas, mas também por vezes sem
sucesso. Quando conseguem a mesma alimentação não dura muito tempo,
porque há espírito de partilha de alimentação no seio das famílias.
Barrigas estão mesmo vazias em Namirrere, não há comida, mesmo que as
autoridades ligadas ao processo de distribuição de alimentação venham dar
números de toneladas que possivelmente estejam a distribuir, mas no terreno,
as populações estão carentes de comida. (Redacção)...................................DZ
Se sobrar alguma comida dos banquetes da cimeira da
UE, poderia mandar-se para Namirrere qualquer coisita.
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