Sempre que tiver disponibilidade, colocarei no blog um capítulo do livro policial (título acima) da autoria de Ed B. Silverman. Nada melhor para definir este policial do que ler a nota introdutória com atenção. Espero que goste.
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Tudo nesta novela parte da imaginação
do autor, o que não significa que algumas
personagens não se pareçam extraordinariamente
com outras da vida real.
Quanto a isto não há nada a fazer.
SOBRE O AUTOR
Como é natural, houve correspondência trocada entre o Editor e o Autor. Dessa correspondência, com remetente de Austin - Texas -, escolhemos as passagens que reproduzimos, pensando que elas melhor enquadram a novela e, obviamente, o relacionamento autor/leitor.
Antes, porém, pensamos não ser despropositado informar o leitor de que Ed B. Silverman se estreou, no campo da ficção, com esta novela, pois julgamos saber ter várias obras publicadas sobre a sua especialidade: antropologia. Estas sem pseudónimo.
(...) "Com este trabalho pretendi escrever uma novela antipolicial, em que as situações ou fossem estereotipadas e/ou ridículas e/ou satíricas. É óbvio que estou farto de autores policiais, com excepção apenas para três contemporâneos e dois clássicos.
"Mas cometi alguns erros, como notará. Na primeira parte:
- sangue a mais e tiros a menos, e
- pouco consumo de uísque.
"Na segunda parte tento rectificar, pois que é básico em cada novela policial, dever haver um consumo mínimo de 18 garrafas de uísque. Meto, pois, uísque e tiros em quantidades compensatórias.
(...)
"Quanto à minha biografia, não lha posso dar. Invente você uma para mim, fazendo-me passar pela redacção de um grande jornal diário, aos 24 anos de idade (o que é quase verdade) e descubra-me uma vida atribulada em várias partes do mundo (o que é quase mentira)."
O editor
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PRIMEIRA PARTE
1.
Maureen, a esbelta de olho de vidro, fechou suavemente a porta do seu apartamento, enquanto Gustav alcançava a rua.
Gustav olhou para um lado e para o outro à procura de um taxi e, nisto, explodiu.
Não, não lhe atiraram com uma bomba. Não fora atingido de fora para dentro, mas de dentro para fora.
Rebentou em milhões de bocadinhos, como se possuísse no estômago uma ogiva nuclear.
Todos vocês sabem que, em vida, não se aproveitava muito do Gustav mas, após o seu rebentamento, nada mesmo, mas mesmo nada se aproveitou dele.
Levaram quinze dias - os bombeiros e a polícia -, a limpar os prédios e as respectivas montras. Uma porcaria pegada. Ah sim, um sapato ficou intacto, infelizmente. Aquando da explosão, o tal sapato fez um percurso em linha recta a um palmo do chão, colhendo, num ouvido, o cachorro da Brown & Sons, a charcutaria da esquina.
(Brown & Sons era para disfarçar; o Brown e os sons eram todos italianos.)
O cachorro ficou completamente surdo. Dias mais tarde morreu atropelado.
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Saturday, January 14, 2006
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