Tuesday, January 17, 2006

5 - O caso da mulher com um olho de vidro (cont.)

2.
Guilherme Tell fritava, naquela amena manhã, os seus habituais doze ovos de pomba, início de um pequeno-almoço tardio. Aos amigos e colegas dizia que, para manter a forma, comia todas as manhãs doze ovos, mas esquecia-se de clarificar que os ovos eram de pomba e fritos.
O telefone tocou. Fez um ar de enfado, como já tinha visto na televisão a certos heróis e atendeu, enquanto o café derramava, abundante e espumoso, da cafeteira para o fogão e deste para o sobrado.
- Tou!
- Hoje serás tu. A mulher do olho de vidro não perdoa. Rebentarás como o Gustav. Pum! - Voz de homem.
- E se tu fosses merda?!
Click. Desligaram.
Tell vestiu-se, comeu os ovos e arrumou a velha browning na sovaqueira. Assim mesmo.
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(Do livro de Ed B. Silverman)

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